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Postado Por: Ms. Lincoln domingo, 18 de março de 2012



Parte 01

Eu estava sob um alto telhado, a chuva caía forte do céu, o equilíbrio começava a me faltar.
Com a espada em punho, o corpo ensanguentado e ferido, eu estava em meio a um duelo. O homem mascarado que lutava comigo recuperava-se de um golpe que eu dera.
Ele urrou de fúria, e golpeou-me com força.
Desta vez não fui forte o bastante para defender, e escorreguei. Minha espada voou longe e não pude alcança-la, eu estava pendurada na beira da janela de um alto prédio.
O homem mascarado veio até mim e com um sorriso gélido e cruel, pisoteou minhas mãos fazendo-me cair para a morte.
Acordei assustada, minhas vestes estavam molhadas de suor e meu pai, Arturo, estava a meu lado, molhava um pedaço de pano na água morna, e o colocava sob minha testa.
Eu estava com febre, podia sentir meu corpo ardendo em alta temperatura. Um grosso cobertor estava sob meu corpo, certamente lá fora estava frio.



-Rosa? – sussurrou meu pai. – Rosa, minha filha...

-Pai...

Minha garganta estava extremamente seca, eu tinha dificuldade em falar.
Não conseguia me lembrar de como eu ficara doente ou ferida, pensar me doía a cabeça.

-Como está se sentindo? – perguntou meu pai.

-Mutilada. – respondi. – Como vim parar aqui, toda ferida?

-Duelo. James te golpeou no braço e o ferimento inflamou, causando febre e inconsciência. Você estava desacordada há três dias. Eu fiquei preocupado.

-Estou melhor agora. – menti.

Nos dias que se seguiram, eu passava a maior  parte do tempo deitada e imóvel. À noitinha meu pai trazia sopa para o jantar.
Na terceira semana eu já era capaz de me levantar e dar algumas voltas pela casa e pela praça. Meu pai não gostava nada, dizia que eu devia repousar mais.
Na quarta semana eu já estava me metendo em duelos, meu pai já estava pensando em me amarrar em casa, mas sempre que me via duelando com um braço enfaixado e ainda assim lutando bem, enchia-se de orgulho e acabava se juntando à plateia.
Hum, esqueci de me apresentar: sou Rosalie Grimmel, filha de Henry Arturo Grimmel, ferreiro mais imponente do reino de Lockwood.
Trabalho junto a ele, forjando espadas e armamento para as tropas do rei.
Como cresci envolta a um monte de armas, aprendi cedo, por teimosia, a manejá-las.
Hoje sou uma exímia espadachim.
Quando criança eu ouvia meu pai contar histórias dos Três Mosqueteiros, e acabei por adorá-los. Meu predileto era Áramis, o ex-monge, esquivo, misterioso. Desde então carrego comigo uma espada idêntica a dos mosqueteiros, que fiz meu pai forjar para mim.
Na verdade eu vivia me metendo em encrencas e era a espada, que na maioria das vezes, salvava minha vida.
Já era de tardezinha quando eu, sorrateira, entrava silenciosamente em casa, para que meu pai não me visse. Eu voltava de um duelo.
Fechei a porta do Hall de entrada com um clique que me pareceu um tiro de canhão. Minha espada pendia do cinto, tirei-a para pendurar em seu suporte na parede.
Ato de sorte.
Alguém desferiu um forte golpe contra mim, atingindo minha espada e pegando-me de guarda baixa.
Segurei minha espada em pose de luta.
O Hall estava vazio e silencioso. Não enxerguei ninguém por ali.
PLÉIM.
Mais um golpe.

-Quem está aí? – falei.

-Medo? – sussurrou uma voz que eu reconheci imediatamente.

Era meu pai.
Abaixei a espada, e já ia a largando quando Henry Arturo Grimmel, de um salto, apareceu da escuridão e com um movimento de luta, apontou sua espada para meu pescoço deixando-me sem reação.
Arregalei os olhos.

-Enfrente-me senhorita Grimmel. – disse ele. – Ou ficará de castigo por dois meses.

CONTINUA...

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